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O que a pesquisa científica e o Lean Six Sigma possuem em comum?

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    Integração Academia-Indústria
  • 5 de mai. de 2021
  • 5 min de leitura

Você já ouviu falar em Lean Six Sigma?

Baseia-se em uma filosofia de melhoria estratégica, que pode ser aplicada em vários ramos da vida pessoal ou profissional. Você consegue administrar melhor suas tarefas e projetos individuais ou a organização de um processo produtivo em uma empresa. Trata-se de detectar pontos fracos e adotar métodos para monitorar, melhorar e controlar esses pontos delicados, tudo baseado em dados estatísticos.


Mas onde a pesquisa científica se encaixa nesse assunto?


Durante um projeto de pesquisa, desenvolvemos atividades com um método científico baseado na relação circular de teoria e experimento. Todo conhecimento é baseado em fatos devidamente comprovados, utilizando um raciocínio lógico e uma análise estatística dos resultados obtidos. Veremos a seguir quais são as similaridades entre essas duas áreas e como o Lean Six Sigma pode contribuir para uma pesquisa científica!

O que é o método científico?


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Figura 1. Fluxograma para o método de pesquisa científica. Fonte: Universidade Feevale.

O método científico tem como princípios uma sequência de raciocínio lógico baseados em evidências na forma de dados estatísticos e a compatibilidade destas informações com os conhecimentos já existentes.

Ao definir um objetivo de estudo, são pesquisadas as fontes e embasamentos teóricos, definindo uma hipótese inicial. Ao testar de forma prática a hipótese, são levantados e interpretados os resultados. Se a hipótese for rejeitada, o modelo teórico deve ser revisado e modificado. Se a hipótese for aceita, esta pode ser avaliada em maior profundidade ou indicar novos caminhos e teorias.


O que é Lean Six Sigma?


O Lean Six Sigma é uma metodologia de gestão de qualidade, há muitos anos aplicada em empresas de grande porte para desenvolvimento de eficientes processos produtivos e como controle de qualidade. O termo “Lean Six Sigma” é a união de dois conceitos:

LEAN: Referente à visão de melhoria de desempenho, identificação e eliminação de desperdícios, e principalmente, incremento da eficiência de produção.

SIX SIGMA: Metodologia analítica de gerenciamento de tarefas, baseando-se na interpretação de dados através de ferramentas estatísticas. Avalia a acuracidade da produção, identificando os problemas para reduzir a variação e aumentar a qualidade do produto.

Ao unir os dois aspectos, identificamos a raiz do problema e assim podemos definir estratégias para eliminá-la ou reduzi-la. Dessa forma, podemos aumentar os lucros de uma empresa e, ainda mais importante, a satisfação do cliente!

Quais são as similaridades entre a pesquisa científica e o Six Sigma?

O Six Sigma é uma estratégia gerencial que se baseia em uma metodologia estruturada, um raciocínio crítico e ferramentas estatísticas para avaliar dados. Se assemelha muito ao método de pesquisa científica, não é mesmo? De fato, a investigação dos problemas em um processo necessitam de um perfil com as seguintes características:

  • Ser questionador. Para encontrar a raiz do problema é necessário fazer as perguntas certas.

  • Buscar evidências. Tomar decisões baseadas em dados (fatos).

  • Utilizar diferentes abordagens antes de uma conclusão. Explorar diversas fontes e garantir a confiabilidade dos dados que estão sendo analisados.

  • Planejamento. Reunir conhecimentos no assunto para definir a melhor estratégia a ser adotada.

Todas essas características estão presentes no método científico, portanto, pesquisadores estão frequentemente aplicando esses conceitos para definir suas hipóteses e avaliar seus resultados. Logo, como o Lean Six Sigma pode ajudar em uma pesquisa científica?

O Lean Six Sigma está diretamente relacionado com o Sistema de Gestão da Qualidade, e ambos utilizam diversas ferramentas para definir problemas e encontrar soluções. Quem já desenvolveu um projeto de pesquisa, deve saber que esses aspectos fazem parte da rotina de trabalho. Mas muitos pesquisadores desenvolvem seus projetos sem um direcionamento e sem ter uma visão ampla e organizada de suas próprias pesquisas, o que prejudica a qualidade de seus resultados e na assertividade do objetivo definido. A combinação do método científico e das ferramentas do Lean Six Sigma podem facilitar muito o desenvolvimento de uma pesquisa científica, permitindo:

  • Visão ampla e organizada do estudo

  • Identificação de problemas, aspectos prioritários, tendências, recursos, dentre outros

  • Facilita a tomada de decisões (próximo experimento, refazer alguma atividade, descartar resultados, dentre outros)

  • Aumento da produtividade e confiabilidade nos resultados

Como são aplicados os conceitos do Lean Six Sigma?


O princípio fundamental para aplicação do Lean Six Sigma baseia-se em uma fluxo contínuo de melhorias e controle de um processo. Este fluxo é chamado de Ciclo DMAIC (tradução: Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar).

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Figura 2. Ciclo DMAIC. Fonte: autoral.

Por que utilizar um fluxo circular se estamos resolvendo a raiz do problema?

Apesar de estar resolvendo um problema, ao deixar de controlar uma etapa do processo, este problema pode retornar! Então, a etapa de controle da melhoria é tão importante quanto a implementação.

O Ciclo DMAIC é aplicado com o auxílio de ferramentas de gestão, segue abaixo alguns exemplos:


1. Definir: Tabela SIPOC

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Figura 3. Tabela SIPOC. Fonte: Endeavor Brasil.

Definir objetivos e escopo do projeto de melhoria. É a etapa mais importante, pois se o escopo não é bem definido, prejudica o sucesso da atividade e pode não satisfazer as necessidades do cliente (em uma empresa, por exemplo).

A ferramenta SIPOC é uma das ferramentas iniciais para definir as etapas da atividade e organizar as informações. Consiste em uma tabela com as seguintes colunas:


Fornecedores (S) | Matéria-prima (I) | Processo (P) | Produto (O) | Clientes



2. Medir: Análises gráficas

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Figura 4. Histograma e desvios padrão. Fonte: Passe na UFRGS.

Podem ser utilizadas diversas análises gráficas dependendo do tipo de dado trabalhado (Gráfico de pizza, barras, linhas, Pareto, etc). Um dos gráficos mais conhecidos é o Histograma, o qual permite a avaliação da variação de uma atividade. Ele mostra o valor ideal em sua região média e os desvios padrão em torno desse valor médio. Quanto menor o desvio, maior a qualidade do processo (em uma pesquisa, representa a reprodutibilidade de um resultado).



3. Analisar: Matriz de Ishikawa


A Matriz de Ishikawa pode ser utilizada para a identificação de potenciais causas de um problema, avaliando diferentes áreas do processo:

Máquinas | Método | Mão de Obra | Material | Medida | Ambiente

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Figura 5. Matriz de Ishikawa. Fonte: autoral.

Em uma pesquisa científica, pode ser uma ferramenta valiosa para auxiliar na resolução de problemas.

4. Implementar: Modificações e melhorias no processo


Realização das alterações nos processos, sempre com o acompanhamento dos dados.

5. Controle: Carta de Controle


Avalia o desempenho do processo de medição e determina a faixa limite para variações dos dados. Portanto, detecta a presença de causas especiais de variação fora da região de controle (limite), permitindo uma rápida ação corretiva no acompanhamento contínuo.


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Figura 6. Carta controle. Fonte: Massucato Treinamentos.

Dessa maneira, podemos aplicar as diversas ferramentas da qualidade e a filosofia do Lean Six Sigma em nossos próprios projetos. Assim conseguimos identificar problemas em nossa pesquisa, organizamos ideias e resultados de maneira mais clara e definimos novas estratégias de forma mais fácil. Contudo, a aplicação desses conhecimentos é individual e deve ser realizada com sua própria experimentação, a fim de identificar o método que funciona melhor para atingir o seu objetivo.

Possui maior interesse no tema? Em breve estaremos compartilhando exemplos de aplicações das ferramentas da qualidade na pesquisa científica!


Referências:

Escola Yokoten - Treinamento Lean Six Sigma Yellow Belt

BASU, R. Implementing Six Sigma and Lean: A practical guide to tools and techniques. Oxford: Elsevier. 2009.


 
 
 

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