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Antioxidantes: Mitos x Verdades

  • Foto do escritor: Integração Academia-Indústria
    Integração Academia-Indústria
  • 29 de abr. de 2021
  • 4 min de leitura

Afinal, são amigos ou inimigos? Ajudam a prevenir o câncer ou na verdade estão contribuindo para o aparecimento e avanço da doença?


Não é de hoje que se ouve falar dos benefícios dos antioxidantes para nossa alimentação e para nossa pele. Eles protegem nossas células saudáveis dos ataques de espécies reativas de oxigênio (ROS), os radicais livres presentes em nosso organismo. Essas espécies possuem um elétron desemparelhado, sendo altamente reativos e instáveis e, como consequência, podem oxidar outras células, proteínas e DNA para se estabilizar. Substâncias antioxidantes inibem ou retardam essa oxidação, fornecendo elétrons e estabilizando os radicais. O antioxidante, perdendo o seu elétron para oxidar o radical livre, acaba também se tornando altamente reativo. Problema? Não! O consumo de diferentes tipos de antioxidantes atuam de forma conjunta para que haja a estabilização de todo o sistema. Além disso, nosso corpo também produz espécies que atuam nessa função, como as enzimas catalase e glutationa peroxidase, que os transformam em água.


Então devemos consumir muitos alimentos ricos em antioxidantes! Aliás, vou até comprar um suplemento para ajudar a ter mais antioxidantes no corpo e evitar ter essas doenças, certo?


Errado. Apesar de radicais livres serem taxados de vilões e causadores de doenças graves, nosso corpo precisa de certa quantidade desses radicais para o seu funcionamento saudável. Entre outras funções, os radicais livres agem em um tipo de sinalização para que células de gordura se convertam em músculos, além de combater certos micro-organismos e controlar a pressão sanguínea. A chave é o equilíbrio entre essas duas substâncias, logo, uma dieta saudável e rica em nutrientes é fundamental para adquirirmos diferentes antioxidantes sem a necessidade de ingeri-los a partir de suplementos. Com sorte, eles são facilmente consumidos na nossa alimentação diária, já que são encontrados em diversos alimentos como frutas, verduras e algumas sementes, além de poderem ser consumidos como suplementos, especialmente vitaminas A, C e E. Vale lembrar: assim como existem alimentos ricos em antioxidantes, existem também alimentos que promovem a oxidação das células, e isso pode ser acarretado pelo consumo elevado de açúcares, gorduras trans e bebidas alcoólicas.


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Mas pensei que eles ajudavam no combate ao câncer e me ajudariam a ter uma vida mais saudável e duradoura! E agora?





Antioxidantes não fazem milagres e não são remédios! Eles ajudam a prevenir certos problemas de saúde mas, uma vez que determinada doença já está se desenvolvendo no seu organismo, não há nada que os antioxidantes possam fazer. O National Cancer Institute (NCI) publicou uma avaliação de estudos importantes que, em sua maioria, concluem que o uso de antioxidantes orais não promove a diminuição do risco de câncer e de outras doenças crônicas. Na verdade, há estudos científicos, publicados pelo grupo de Martin Bergö, da Universidade de Gotemburgo (Suécia), que atestam um aumento e aceleração de doenças, como câncer de pulmão, em ratos. Vale destacar que estes estudos normalmente são feitos com suplementos, ou seja, antioxidantes concentrados e preparados em laboratório. Não há comprovação científica de que isso cause danos maiores a indivíduos afetados, especialmente nos fumantes, mas nutricionistas recomendam procurar um médico antes de consumir tais suplementos. Lembrando que o tratamento contra o câncer visa eliminar células doentes por meio da sua oxidação, então os antioxidantes aqui devem ser usados com cautela.


E quanto ao uso de produtos cosméticos e de uso tópico que contenham propriedades antioxidantes? Não é suficiente os consumir na alimentação?


Não! Os antioxidantes que consumimos na alimentação não são suficientes para proteger a pele. Isso porque nossa pele é constantemente exposta à poluição e ao sol, o que pode acelerar o processo de envelhecimento cutâneo e aumentar o risco para o câncer de pele. A quantidade que nosso organismo recebe de antioxidantes é suficiente para nosso organismo sim, mas as concentrações que chegam de fato à derme são muito baixas para protegê-la adequadamente.

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Dessa forma, a aplicação tópica dessas substâncias aumenta a defesa da pele e garante maior prevenção aos danos causados pelas agressões ambientais. Segundo a dermatologista Flávia Ravelli, do DermaClub, o uso de produtos contendo antioxidantes ajuda, de fato, a potencializar o efeito do protetor solar, e a junção dos dois é fundamental para proteger a pele e prevenir doenças, manchas e envelhecimento precoce. No mercado, já existem protetores que contém vitamina C na composição, um excelente agente antioxidante e um dos mais usados nos produtos para skincare.


Mas então produtos contendo ativos antioxidantes só funcionam se forem usados durante o dia?


Outro mito! Por potencializarem o efeito do protetor solar não significa que não estão agindo e protegendo nossa pele por outros mecanismos. “Quando usados à noite, após a limpeza da pele, ou diretamente após a exposição a agressores, os antioxidantes vão eliminar os radicais livres e combater diretamente os seus efeitos na pele, aumentando, assim, os benefícios dos tratamentos antienvelhecimento”, afirma Ravelli.

Lembrando que, além de terem efeitos benéficos para a pele em produtos de uso tópico, os antioxidantes também desempenham papel fundamental na formulação de diversos cosméticos voltados para skincare, haircare e produtos homecare. A vitamina C (ácido ascórbico) e E (α-tocoferol) estão entre os mais utilizados nas novas tendências clean beauty, mas também são frequentemente encontrados o BHT (di-terc-butil-4-metilfenol) e BHA (mistura de isômeros 2- e 3-terc-butil-4-hidroxianisol), antioxidantes sintéticos encontrados também em alimentos. No entanto, estes dois últimos, apesar de mais eficazes ao manter seu produto/alimento seguro por mais tempo, apresentam diversos fatos controversos quanto a sua real segurança (mas isso é assunto para outro post, tudo bem?).


Referências:

  • SAYIN, V. I. et al. Antioxidants Accelerate Lung Cancer Progression in Mice. Sci. Transl. Med. 2 v. 6 (221), 2014. Disponível em <doi: 10.1126/scitranslmed.3007653>. Acesso em: 25 de abril de 2021.

  • PEREIRA, C. R. 10 mitos e verdades sobre os antioxidantes. Veja SAÚDE, janeiro, 2019. Disponível em <https://saude.abril.com.br/medicina/10-mitos-e-verdades-sobre-os-antioxidantes/>. Acesso em: 26 de abril de 2021.

  • AUGUSTO, O. A ação dos radicais livres no organismo. Revista FAPESP, São Paulo, janeiro, 1999. Disponível em <https://revistapesquisa.fapesp.br/a-acao-dos-radicais-livres-no-organismo/>. Acesso em: 26 de abril de 2021.


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