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Habilidades transferíveis (soft skills) na Pós-Graduação

  • Foto do escritor: Integração Academia-Indústria
    Integração Academia-Indústria
  • 29 de mar. de 2021
  • 5 min de leitura
  • Ter um Lattes completo;

  • Publicar muitos artigos, se for como autor principal, melhor ainda;

  • Participar e apresentar trabalho em congressos, destaque se for chamado para apresentar seminário no evento;

  • Ter uma ótima didática;

  • Fazer muitos minicursos na área;

  • Ter muitas amostras para analisar, já que “quanto mais amostras, mais você trabalha e melhor aluno você é”;

  • Ir bem nas disciplinas;

  • Ter desenvoltura na hora de apresentar trabalhos oralmente.


Esses são alguns dos requisitos que devem ser preenchidos para ter sucesso dentro do meio acadêmico e virar professor universitário. Ou pelo menos é o que o processo todo de pós-graduação nos leva a crer. Assim como nos leva a crer que esse é o caminho mais provável e sensato a se seguir. E por algum tempo podemos até pensar que é verdade, uma vez que depois de entrar na Iniciação Científica, fazer Mestrado na sequência é uma boa ideia e nos trará muitos benefícios, além de nos preparar para o passo seguinte, o Doutorado e depois, o Pós-Doutorado e, por último, passar em concurso público para, enfim, virarmos professores em Universidade. É com base no preenchimento desses requisitos que nos comparamos e julgamos sermos melhores ou piores que outros candidatos no nosso meio a uma posição de docente.


No entanto, em alguma parte desse processo, percebemos que o caminho não é tão trivial como soava ser (ou como nos disseram que seria). Para muitos professores universitários o caminho foi, de fato, uma linha reta; mas sabemos que para a grande maioria isso não necessariamente acontece de forma simples e direta. Há muito mais por trás dessa longa e cansativa trajetória, muita frustração e muita dedicação para se chegar até a posição tão almejada.


Seja no mestrado ou no doutorado, essa dúvida pode surgir: é isso mesmo que eu quero? Então existem duas possibilidades: i) continuar no meio acadêmico, terminar seu mestrado/doutorado e fazer pós-doutorado enquanto espera abrir concurso público ou ii) sair da zona de conforto e arriscar entrar para o mercado de trabalho.


Uma vez que escolhemos sair da academia, vem aquele choque de realidade. Não temos experiência e, apesar das competências técnicas bem desenvolvidas, não nos sentimos seguros, nem passamos segurança de que damos conta do recado. Afinal, éramos “estudantes” até então, e algumas pessoas podem pensar que, por conta disso, não saberemos nos adaptar dentro de uma empresa, nem lidar com pressão, deadlines e cumprir com horários. Passamos a achar que isso é verdade e que a nossa pós-graduação está sendo um empecilho na nossa transição de carreira, ao invés de um upgrade profissional.


Mas já parou para pensar quantas soft skills são desenvolvidas e quantas qualificações conquistamos no meio acadêmico? E já pensou que a maior parte das pessoas pode demorar para adquirir tais habilidades desenvolvidas como nós temos? São habilidades altamente desejadas pelo mercado, e mesmo assim, não as percebemos e/ou não conseguimos usá-las a nosso favor em um currículo ou entrevista.


Passamos a conhecer muitos assuntos específicos, do nosso projeto, da academia... E o autoconhecimento? Será que paramos para analisar que tudo o que passamos na pós-graduação, desde a definição do projeto até a defesa do trabalho, está contribuindo de forma a termos vantagens que outras pessoas dificilmente terão em um curto período de tempo?


Isaiah Hankel, doutor em anatomia e biologia celular, é especialista em foco mental, psicologia comportamental e desenvolvimento de carreira. Também é CEO da Cheeky Scientist®, uma empresa de treinamento de carreira especializada em ajudar na transição de doutores para carreiras corporativas. Segundo o americano, pós-graduados têm pelo menos 7 vantagens muito valorizadas pelas empresas e que grande parte dos concorrentes não têm, e que a frase "indústrias não querem contratar mestres e doutores porque são muito qualificados e independentes” não cola mais! Então aqui estão, 7 vantagens, 7 habilidades, 7 plus que nós temos e adquirimos com muito esforço e dedicação no nosso mestrado/doutorado e que não podemos deixar de conhecê-los:


  1. Sabemos encontrar respostas. Está na natureza do pós-graduado desenvolver capacidade analítica, uma soft skill desejada e bastante utilizada no meio corporativo, além de resolver problemas complexos e fazer tomadas de decisão corretas. Afinal de contas, somos pesquisadores treinados para identificar problemas e encontrar soluções para esses problemas!

  2. Somos resilientes e sempre aprendemos com as falhas. Isso significa noites, semanas e até meses em volta de uma única questão que não encaixa com o resto do projeto. Desistimos dele? Nos desmotivamos? Nunca, apenas aprendemos jeitos diferentes de lidar com a questão. “Cada falha/erro nos leva mais perto do pedaço que falta para encontrar a resposta certa”.

  3. Lidamos bem com “chefes” antes de líderes. Muitos mestrandos e doutorandos passam por poucas e boas com seus orientadores, que parecem não ter nenhum tipo de treinamento de gestão e não sabem lidar com pessoas. Se aprendemos a lidar com pessoas que possuam esse perfil, seja ele o orientador ou um colega, isso fortalece ainda mais nossa capacidade de nos relacionar com as pessoas.

  4. Estamos dispostos a correr riscos. Isso porque um projeto de pesquisa, independentemente da área, requer isso de nós. Com isso, aprendemos a ficar confortáveis com incertezas e escolhê-las ao invés de nos acomodarmos com uma escolha “fácil” e sem desafios reais. Quantas pessoas se arriscam assim?

  5. Criamos informações. Qualquer um pode aprender alguma informação pronta e depois passar adiante. Mas muitos dos nossos projetos são absolutamente inéditos! Ou seja, até fazermos o que fizemos, ninguém poderia saber ou aprender sobre o assunto que desenvolvemos e estudamos. Nós criamos algo novo, algo que antes de publicar, apenas nós sabíamos da existência. Além disso, podemos muito bem criar informações baseadas no que lemos em artigos e livros (até porque sem isso não conseguiríamos escrever nossas dissertações e teses).

  6. Sabemos trabalhar em equipe como ninguém. Afinal, um grupo de pesquisa não se forma com apenas 1 pessoa. Tivemos que trabalhar de perto com alunos e colegas pós-graduandos e, gostando de todos eles ou não, sabemos que as coisas no ambiente de trabalho só funcionariam se todos se ajudassem e se respeitassem.

  7. Podemos atuar em qualquer posição na indústria. Temos capacidade de adquirir (novos) conhecimentos e usá-los a nosso favor. Uma vez que sabemos a abordagem ideal para cada vaga e cada área, podemos sim ser contratados e ser excelentes profissionais, mesmo nunca tendo atuado na posição antes. Por isso devemos também estudar na hora de procurar um emprego, estudar a empresa que queremos, estudar o que a empresa procura para a vaga que estamos aplicando, etc. E temos capacidade suficiente para isso!


Hankel diz: “uma empresa não vai deixar de te contratar porque você é muito qualificado e sim, porque você não tem ou não sabe apresentar as habilidades necessárias que eles procuram para determinada posição” (autoconhecimento de novo, viu?!).

Convenhamos, quem não quer um profissional altamente qualificado no seu time? Saiba “qualificar suas qualificações” para ser a escolha certa na posição que quer e na empresa que deseja.


Infelizmente é difícil perceber essas qualidades - quase que inerentes ao nosso perfil profissional como mestres e doutores - dentro da academia. Então mesmo que você esteja na academia ainda e queira fazer a transição depois, ou mesmo que queira continuar nesse caminho, não deixe de ir atrás e se conhecer como pessoa e como profissional. Alavanque seu título, seja de Mestre ou Doutor, saiba reconhecer suas habilidades e usá-las a seu favor para alcançar seus objetivos e desenvolva seu potencial ao máximo! Mas lembre-se: MS e PhD são títulos, diplomas de conhecimento, e nunca irão definir o tipo de profissional que você é.












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